A Associação das Cidades e Vilas de Cerâmica conta com 18 municípios, entre eles Caldas da Rainha e Alcobaça
Encontra-se em fase final de preparação o site da associação, que irá comunicar, entre outros assuntos relevantes para o setor, as linhas de financiamento à cerâmica e biografias detalhadas dos ceramistas dos vários municípios que a integram. Este projeto acabou por se tornar prioritário devido à pandemia e levou a que outras apostas da associação, como as residências de estudantes, tivessem de ser adiadas.
Adiadas, ou canceladas, têm também sido as feiras e certames de cerâmica, o que levou a associação a criar, por altura do Natal, um selo de promoção da cerâmica nacional, com o slogan “Sentir a cerâmica portuguesa”. De acordo com Célia Fernandes, vereadora da câmara de Mafra e presidente da Associação de Cidades e Vilas Cerâmicas, foram distribuídos, em média, 30 selos por município, com o objetivo de apoiar a cerâmica nacional e identificar os estabelecimentos, e ceramistas com porta aberta, que integram esta rede.
“Não vou escolher uma peça de autor à distância, tenho de olhar para a peça, gostar da harmonia, da qualidade.”
Célia Fernandes
Esta associação está também a participar no Cerasmus, uma candidatura de Erasmus na área da cerâmica, e está a candidatar-se a verbas europeias para poder alavancar alguns projetos. Durante este ano, ainda sem data definida, irá realizar-se um grande seminário que a organização gostaria que fosse misto mas que, caso não seja possível, decorrerá em formato digital, para troca de experiências, nomeadamente em temáticas como a sustentabilidade ambiental, ou a utilização de materiais não poluentes, exemplificou Célia Fernandes.
Já num momento pós pandemia, a associação prepara-se para dar “apoio e motivação” aos ceramistas no que respeita ao desenvolvimento dos seus projetos. A responsável pela associação lembra que se trata, na maioria, de pessoas que trabalham sozinhas ou de pequenas unidades familiares, que precisam de vender os seus produtos e a internet não é solução. “O sentir é fundamental na cerâmica. Não vou escolher uma peça de autor à distância, se quero fazer um bom investimento tenho de olhar para a peça, gostar da harmonia, da qualidade”, salienta a autarca.
Ter voz na União Europeia
Constituída em abril de 2018 por 14 municípios, a associação já conta com 18 membros de norte a sul do país, com atividade expressiva ao nível da cerâmica. Conta também com membros honorários, como são exemplo o Cencal, a Universidade de Aveiro e a ESAD, entidades que são “nossos conselheiros, orientadores e inspiradores para interagirmos com os ceramistas e poder-lhes facilitar informação e apoio”, explica Célia Fernandes.
Aquando da criação da associação foi inaugurada em Mafra uma exposição, itinerante, composta por peças cedidas pelos vários municípios e que ainda continua a percorrer o país.
“É importante saber que também somos ouvidos nas altas instâncias europeias”
Célia Fernandes
Desde o ano passado que integram o Agrupamento Europeu das Cidades Cerâmicas, que integra vários países e permite-lhes “ter voz” na União Europeia e o acesso a financiamento comunitário. “É importante saber que também somos ouvidos nas altas instâncias europeias e que podemos estar ao mesmo nível de outros países na redistribuição dos valores”, destaca a também autarca.
Um dos projetos mais emblemáticos deste agrupamento é o “Bom Dia Cerâmica”, que permite que todos os associados tenham, no mesmo fim-de-semana, um momento de cerâmica em comum.■
Associação de Cidades e Vilas de Cerâmica
Municípios: Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Batalha, Caldas da Rainha, Condeixa-a-Nova, Ílhavo, Leiria, Mafra, Montemor-o-Novo, Oliveira do Bairro, Porto de Mós, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares
Agrupamento Europeu: das cidades cerâmicas Itália (46 cidades), França (10 cidades), Espanha (29 cidades), Roménia (12 cidades), Alemanha (10 cidades), República Checa (3 cidades) e Portugal (18 cidades)






























