Zé Povinho compreendeu com dificuldade a explicação do caldense Paulo Girão na entrevista que dá à Gazeta das Caldas sobre a investigação que está a fazer na Noruega integrado numa equipa liderada pelos dois Nobel da Medicina deste ano.
A história que Paulo Girão conta é exemplar e revela um misto de sabedoria e de oportunidade bem utilizada (não oportunismo, que é uma prática mais habitual entre bastantes portugueses), demonstrando que pelo trabalho ligado à ciência, no seu caso, às neurociências, também se pode triunfar internacionalmente.
Este caldense prova como é possível ser mais produtivo e importante para a sociedade em que vive, não beneficiando da projecção de qualquer jogador de futebol no meio internacional.
Uma leitura cuidada das suas palavras pode constituir um bom incentivo para muitos jovens que começam agora a sua carreira escolar ou estudantil, demonstrando uma vez mais a importância que têm tido na Europa os programa de cooperação como é o caso do Erasmus.
Zé Povinho acha que emigrar assim vale a pena e pode ser um exemplo por que todos gostariam de passar. Mas isso só está ao seu alcance se trabalharem afincadamente e com objectivos bem definidos, como fez o cientista Paulo Girão a quem Zé Povinho endereça os seus cumprimentos.
O super gestor Zeinal Bava, que esteve a liderar a empresa Portugal Telecom até há algum tempo e depois se transferiu p
ara o Brasil para liderar a OI, empresa brasileira de telecomunicações que iria juntar-se com a PT, é o exemplo inverso ao de Paulo Girão.
Durante vários anos o Eng. Bava esteve à frente dos rankings dos gestores mundiais das telecomunicações. Era um farol e um exemplo para as empresas portuguesas. Era clarividente, arguto, inovador e extremamente conciso, juntando êxitos tecnológicos e financeiros.
De repente tudo se esfumou, em resultado de operações financeiras muito duvidosas da alta gestão da PT, enredadas em negócios inexplicáveis e altamente lesivos com o grupo Espírito Santo, que envergonhariam qualquer gestor de pequena dimensão.
Qualquer líder empresarial tem como princípio básico – que é ensinado em qualquer escola mediana de gestão – que nunca ninguém deve pôr todos os ovos no mesmo cesto. Na actividade empresarial deve-se sempre diversificar as responsabilidades, para em caso de desgraça ter alguma parte a salvo.
E foi isso que Zeinal Bava e os restantes elementos se esqueceram.
Mas agora saiu sem dizer nada, recebendo 5,4 milhões de euros, para ir trabalhar para outro supermagnata da finança internacional. Não fica bem na fotografia, mas certamente será para o lado em que dorme melhor.
































