A semana do Zé Povinho

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SOBEO livro intitulado “Arte na Cidade”, de autoria de um professor da ESAD, tem como particular curiosidade o constituir-se como uma obra quase fundadora, em termos teóricos, da arte urbana em Portugal.
Não foi certamente por acaso que o professor Mário Caeiro foi convidado pelo Círculo de Leitores para fazer a sua edição com base na sua dissertação de doutoramento e que a mesma foi apresentada no Museu do Chiado, a que se seguiram outras apresentações por todo o país, incluindo a das Caldas da Rainha.
Para além de reunir de forma exaustiva e muito completa uma infinidade de pequenos e grande acontecimentos da arte contemporânea e as implicações que trazem para as cidades (e evidentemente aos cidadãos), o autor também é um artífice prático dessas mesmas iniciativas que tem experimentado em Portugal e no estrangeiro.
É significativa a forma, por exemplo, como ele aprecia a obra urbana “Jardim das Águas” do mestre caldense Ferreira da Silva, destacando de uma forma indesmentível a sua importância por ser “uma obra lindíssima com uma linguagem de artista e que está num local com uma grande força de atracção” quando para a maioria dos caldenses, e especialmente dos responsáveis locais, é considerada uma intervenção insignificante.
Zé Povinho saúda Mário Caeiro pela obra que está a conquistar um conjunto vasto de especialistas no país (como também no estrangeiro dada a profundidade da sua recolha) nessa nova área da arte pública e só espera que os caldenses – e especialmente os decisores da cidade – percebam que têm nas Caldas um filão que lhes é totalmente indiferente.

DESCEO ministro da Administração Interna, Dr. Miguel Macedo, demitiu-se no final da passada semana porque entendeu que a sua autoridade enquanto governante ficava diminuída deixando de ter “condições políticas para continuar no cargo”, face aos resultados da Operação Labirinto que terá alegadamente desmantelado uma rede de tráfico de influências e de corrupção ligada aos vistos Gold.
Zé Povinho acha que qualquer responsável político pode ter um amigo ou conhecido, até mesmo um familiar, com comportamentos menos próprios, sem que isso o atinja nem implique que tenha de se demitir.
A não ser que haja, de alguma forma, uma certa cumplicidade!
O que se passou nos últimos dias com os factos alegadamente já conhecidos dos vistos dourados, não abona muito a favor da credibilidade e da honorabilidade que os servidores públicos deviam ter, uma vez que não se trata de uma “ovelha ranhosa”, mas quase de um pequeno rebanho indiciando ovelhas já com uma grande lã e experiência na traficância da coisa pública.
Os primeiros comentários em relação ao ministro responsável pelas polícias era de que havia tomado uma decisão corajosa, uma vez que, apesar de ter ligações anteriores com alguns dos suspeitos, não se conheciam ligações directas impróprias.
Contudo, posteriormente, alguns jornais, com base no resultado dos interrogatórios, aventam factos alegadamente praticados pelo membro do governo que não poderiam ficar, a serem confirmados, sem uma sanção política bastante grave.
Reuniões fora do país para “eximir-se” à vigilância das autoridades judiciárias, cunhas para bilhetes para alguns dos potenciais violadores das normas legais,  tráfico de influências nas nomeações, não são pequenas nódoas.
Por isso, Zé Povinho acha que o agora ex-ministro não devia apenas abandonar o cargo, como também terá de ser chamado à responsabilidade para esclarecer tudo o que veio a público e que, pela pormenorização, não deixa de espantar qualquer cidadão mais simples e ingénuo.

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1 COMENTÁRIO

  1. E’ mais do mesmo. A corrupcao, o compadrio, as negociatas continuam. Os poucos politicos com principios morais e etica,sao a excepcao da regra.
    Como e’ que podem continuar a enganar-nos?