A situação do país parece ser, sem dúvida, a principal preocupação na cabeça dos portugueses, a julgar por estes testemunho que Gazeta das Caldas recolheu nos últimos dias deste ano.
Antecipam-se poucos festejos às zero horas de 1 de Janeiro de 2013, com muitos a escolherem ficar em casa na passagem de ano. Todos parecem estar convictos de que em 2013 não haverá melhorias na situação económica, mas a mensagem geral é que não se deve baixar os braços.
Entrevistas: Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
1 – Onde vai fazer a sua passagem de ano?
2 – Para além de Saúde para si e para os seus, o que deseja para 2013?
3 – Acha que a situação do país vai melhorar ou piorar em 2013?
António Neto, Santarém,
68 anos, reformado
1 – Vou passar em casa, com a família. Normalmente, reunimos a família toda.
2 – Desejo que não aconteça aquilo que é previsível que aconteça, ou seja, grandes dificuldades. Espero que isso não aconteça. Desejo isso em nome pessoal, mas também enquanto representação do Pai Natal.
Este país merece melhor sorte do que aquela a que, infelizmente, os governantes nos têm destinado.
3 – Acho que a situação vai piorar em 2013. Está-se a vender o país, com privatizações como a da TAP, destruíram a agricultura e as pescas. Nem sequer o turismo, para o qual temos boas condições, está a ser bem aproveitado.
Nicola Henriques, Caldas das Rainha, 39 anos, empresário
1 – Vou passar em casa. Preciso de descansar. No máximo, poderei sair para tomar um café com os amigos.
2 – Este ano, particularmente, desejo, a todos, coragem. Parece-me que 2013 será um ano de algumas agruras.
É preciso coragem, principalmente para “abrir a cabeça”. Temos que olhar à nossa volta e ver de que modo poderemos colaborar uns com os outros.
Prevê-se que os dois próximos anos haverá muitas convulsões sociais que nos irão afectar emocionalmente.
3 – Claramente irá piorar. As medidas que estão a ser tomadas não serão benéficas para a nossa vida. Algumas tinham, obrigatoriamente, que ser tomadas, mas outras poderiam ser aplicadas de uma forma mais atenuada, para que a população não sentisse tanto.
Nicolau Marques, Caldas das Rainha, 50 anos, professor
1 – Em princípio, em casa.
2 – Para o novo ano, espero que a necessária mobilização colectiva se faça sempre no horizonte da justiça. E, já agora, que Caldas da Rainha, pequena cidade cheia de potencialidades eternamente adiadas, opte por um modelo urbano europeu e que abandone definitivamente a referência magrebina.
3 – 2013 não vai ser melhor do que o ano que termina. Ainda demorará para que consigamos, colectivamente, resolver problemas que também nós fomos criando e agravando (ainda que com responsabilidades diferentes) ao longo de muitos anos.
Emanuel Sebastião, Caldas das Rainha,
41 anos, militar
1 – Vou passar nas Caldas, talvez com uns amigos, na minha casa ou na casa deles. Ainda não decidimos.
2 – Desejo que os nossos políticos façam aquilo que devem fazer para endireitar a nossa economia e as finanças, para termos um futuro mais promissor, de modo a termos menos problemas a nível social. Em Portugal e na Europa.
3 – Tenho que acreditar que vai melhorar, porque senão não vale a pena. Cada um, dentro das suas possibilidades, deve fazer o que compete, contribuindo para que a situação melhore.
É difícil dizer se as políticas que estão a ser seguidas são as mais adequadas. Isto, no fundo, é uma grande experiência. Não existem antecedentes de uma situação deste género na Europa e por isso não temos como comparar. Esperemos que as políticas adoptadas sejam as mais adequadas.
Bruno Marques, Caldas das Rainha, 28 anos, vigilante
1 – Vou passar com um grupo de amigos do Clube Motard de São Rafael, numa festa de passagem de ano que estamos a organizar na nossa sede, na zona industrial.
2 – Desejo mais felicidade e saúde para as pessoas. Espero também que o país ande para a frente.
3 – Não quero acreditar que a situação do país vá piorar. Pelo menos que fique igual ao que está agora, mas de preferência que melhore um pouco. Vendo o rumo que as coisas levam, será difícil que melhore.
Espero é que haja menos pessoas a passar fome.
Catarina Godinho, Caldas das Rainha,
23 anos, desempregada
1 – Ainda não sei. Devo ir para a Nazaré ou para o Baleal. Quase de certeza que não será em casa.
2 – O que eu desejo mais é um emprego.
3 – Não acredito que a situação do país vá melhorar. Acho que vai é piorar. Pelo que temos visto até agora, deve piorar. Há muitas lojas a fechar e cada vez se vê mais pobreza.
Não me parece que em 2013 o país vá mudar para melhor.





























O que me preocupa não é o grito dos maus,
é o silêncio dos bons.
Matter Lutter King
Ninguém canta com a corda na garganta.
Ainda espero ver o meu País,
governado por gente crescida.