Indústria alimentar e hortofrutícolas evitam quebra abrupta das exportações

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    As exportações do Oeste caíram 8,2% no mês de Março face ao mês homólogo, um comportamento positivo, atendendo à situação de crise internacional provocada pela pandemia de Covid-19. O comércio de produtos do reino vegetal, frescos e transformados, cresceu acima dos 20% e é o principal responsável pelo desempenho. A indústria de maquinaria e dos moldes, que era a principal exportadora, caiu 28%. As empresas oestinas perderam mercado na União Europeia, mas reforçaram as vendas para os mercados extracomunitários.

    As exportações de bens na região Oeste aguentaram de forma relativamente positiva o primeiro impacto dos constrangimentos do comércio internacional devido ao Covid-19. Em termos globais, região viu as vendas para o estrangeiro decresceram 8,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, voltando a baixar da fasquia dos 100 milhões de euros.
    Fazendo as contas ao trimestre, a região facturou 300,6 milhões de euros, menos 24 milhões do que nos primeiros três meses do ano passado, uma quebra de 7,3%.
    Analisando os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatísticas, os resultados do mês de Março poderiam ser consideravelmente piores não fosse a prestação do sector alimentar, mais precisamente a indústria alimentar e o comércio de hortofrutícolas, que registaram subidas acima dos 20%. A indústria alimentar passou mesmo a ser o principal exportar da região Oeste com 24,4 milhões de euros, trocando de lugar com a indústria de maquinaria, peças e moldes, que registou um decréscimo nas vendas para o estrangeiro na ordem dos 28% para um total de 20,1 milhões de euros.
    De resto, além daqueles dois sectores, apenas mais dois registaram subida das exportações: o comércio de gorduras animais e derivados aumentou 30% e aproximou-se de 1 milhão de euros em vendas; e a indústria química cresceu 78,7% para 1,2 milhões de euros.
    Todos os restantes sectores registaram quebras nos negócios internacionais, com oscilações entre -3,2 (madeiras) e -70% (têxteis). Entre o tipo de produtos com maior peso nas exportações do Oeste, além da indústria de maquinaria e peças, registo para a descida de 34% do sector das carnes, de 10,8 milhões de euros para 6,9 milhões. Este sector desceu igualmente um lugar na hierarquia das exportações do Oeste, do 5º para o 4º lugar por troca com o sector que engloba os produtos ligados à pedra, cerâmica e vidro, que perdeu 5,2% das vendas.
    O sector onde se inclui a cutelaria e ferramentas decresceu 18,8%, para 4,8 milhões de euros.
    Em relação aos mercados de destino dos produtos do Oeste, o espaço da Europa Comunitária continua a representar a maioria das vendas (65,1 milhões de euros). No entanto, é de notar que foi precisamente para este mercado que as vendas do Oeste sofreram mais danos. No mesmo mês de 2019, o Oeste exportou mais 14 milhões de euros para o espaço europeu, o que representa uma quebra de 17,8%.
    Contudo, as exportações para fora da União Europeia registaram um aumento de 19%, cerca de 5,3 milhões de euros, o que faz com que a dependência do mercado europeu diminua. Este pode ser um bom sinal para a economia do Oeste, caso consiga recuperar os valores de 2019 na União Europeia e manter as vendas para fora deste mercado.

    CALDAS DA RAINHA LIDERA PERDAS

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    Caldas da Rainha é o concelho mais afectado com a perda de capacidade exportadora entre todos os concelhos do Oeste, em volume de vendas. Comparativamente com Março de 2019, as empresas caldenses perderam mais de um terço das vendas para o estrangeiro, um total de 4,6 milhões de euros.
    Em termos de variação, apenas Arruda dos Vinhos teve uma quebra maior (50,9%), de 1,5 milhões de euros para 750 mil.
    De resto, o comportamento dos concelhos do Oeste é bastante variado a este nível, registando-se tanto subidas como descidas acentuadas, enquanto outros concelhos mantiveram as suas vendas para o estrangeiro estabilizadas.
    Além das Caldas da Rainha e Arruda dos Vinhos, os concelhos que mais diminuíram as exportações em volume foram Torres Vedras (-4,2 milhões de euros) e Peniche (-1,2 milhões de euros), e Nazaré em variação homóloga (-16,3%). Alcobaça, Alenquer e Bombarral mantiveram as exportações relativamente estáveis. Já o Cadaval, Óbidos, Lourinhã e Sobral de Monte Agraço registaram subidas que oscilam entre os 12 e os 32%, apoiadas no cariz agrícola das suas economias.

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