O dia 15 de Maio, feriado municipal, marca simbolicamente a abertura da época termal nas Caldas da Rainha. Depois de encerradas durante seis anos, as termas caldenses reabriram em Julho do ano passado com tratamentos de inalações no Balneário Novo. A pandemia levou a que os tratamentos fossem suspensos. Recorde a história do mais antigo hospital termal do mundo.
“Na próxima quarta-feira, 15 – dia do feriado municipal – abre as suas portas o importante estabelecimento termal Hospital Rainha D. Leonor. Marca o início da época do verão de 1929, que segundo dados que já temos, virá demonstrar à evidencia, que atendendo à grande concorrência que se espera, volverá as Caldas aos antigos tempos de esplendor, quando era apenas uma simples vila, sem os melhoramentos e conforto que ora possui”. É desta forma que a Gazeta das Caldas de 1929 dá nota da reabertura do hospital termal e da nova época balnear. O mesmo artigo faz referência aos melhoramentos que foram feitos na “casa da Rainha D. Leonor”, como o facto dos elevadores estarem todos a funcionar, a canalização de esgotos renovada e a condução de águas para diferentes secções independentes e a quase conclusão da obra da lavandaria.
A notícia repetiu-se durante décadas a cada 15 de Maio. O ponto alto das comemorações do Dia da Cidade era a reabertura da Hospital Termal.
Fundado em 1485, Caldas tem aquele que é considerado o Hospital Termal mais antigo do mundo
Fundado em 1485 pela Rainha D. Leonor, o Hospital Termal das Caldas da Rainha é considerado o mais antigo do mundo. Reza a história que, em 1484, aquela monarca deslocava-se de Óbidos para Alcobaça, quando passou por umas poças de água quente onde se banhavam pessoas pobres e doentes. Estas terão dito a D. Leonor que o faziam porque aquelas águas tinham propriedades curativas para os seus males, e esta decidiu então criar melhores condições para os utilizadores daquelas águas.
E, porque as versões que terão levado a rainha a mandar construir o hospital não são unânimes, há também a referência a que a monarca estaria doente em Almeirim e que os seus médicos aconselharam o tratamento naquelas águas.
Certo é que foi D. Leonor quem decidiu fundar o Hospital Termal, o que veio a acontecer em 1485.
Contudo, e de acordo com informação do Museu do Hospital das Caldas, apenas três anos mais tarde se iniciaram as verdadeiras obras, que decorreram por diversas fases, quer pela sua dimensão, quer pela falta de verbas.
O hospital, que nasceu para dar assistência aos mais pobres, também era frequentado por reis e aristocratas que. Em finais do século XIX, chegavam às Caldas de comboio na nova linha férrea e, além de fazerem os seus tratamentos termais usufruíam do Parque D. Carlos I, jogando críquete ou passeando de barco no lago.
As termas, que foram motor de dinamização da cidade e cujas águas curam doenças respiratórias e de origem músculoesquelética, encerraram em 2014, devido à persistência da bactéria legionella nas suas águas. Reabriram, em Julho passado, apenas para tratamentos de inalações, no Balneário Novo.
































