Lista B – Caldas SC a Caminho do Centenário

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MiguelSilva1A lista B nasceu do Movimento Caldas SC A Caminho do Centenários e tem como candidato a presidente, Miguel Silva. Advogado de 40 anos, o candidato tem um já longo currículo no Caldas SC. Foi presidente da Mesa da Assembleia-Geral, integrando depois a Comissão Administrativa e, mais tarde, as direcções encabeçadas por Vítor Marques, durante seis anos. Saiu do clube há cerca de um ano, pouco depois de ter sido reconduzido como Adjunto do Presidente Vítor Marques e do departamento de futebol sénior, por considerar ter havido quebra de confiança.

Esta lista surge do movimento Caldas a Caminho do Centenário. Pode fazer-nos uma apresentação da lista?
Estamos a falar de uma lista que nasceu do Movimento Caldas SC a Caminho do Centenário, mas o movimento não se esgota nesta lista e não vai acabar depois das eleições. Se elegermos direcção, vai continuar a pensar o clube, porque não é só composto pelos candidatos à direcção e aos departamentos, é um movimento aberto e poderá continuar a fazer propostas e a ser uma voz crítica que ajude a direcção a apresentar soluções para a evolução e a consolidação do clube. Se não formos eleitos continuará também, não como oposição, mas como movimento pensante do clube.
Quanto aos candidatos, são sete. Entendemos, um pouco por experiência própria, que um elenco com muitas pessoas não funciona. Vimos que o número mínimo é de cinco, o que é curto porque pode acontecer alguma coisa, por isso optámos por sete. Como há áreas que queremos abranger que não estão no seio da direcção, decidimos também criar diversos departamentos que funcionam paralelamente a esta. São os departamentos de futebol sénior, equipa de juniores, juventude e marketing, contencioso, organização de eventos, publicidade e merchandising. Convidámos ainda o senhor José Augusto para fazer parte da Comissão do Centenário.

As pessoas são colocadas nas áreas da sua experiência profissional?
Onde isso foi possível conciliar, sim. Por exemplo, no contencioso temos uma advogada. Na juventude e marketing era importante ter uma pessoa que perceba a linguagem do público-alvo e com formação de marketing. E na organização de eventos também temos uma pessoa com experiência dessa área. Nos departamentos em que não é possível associar, temos pessoas com experiência, apesar de não ser a área profissional. É uma equipa que me dá garantias de um excelente trabalho. Mas o que quero realçar é que não temos gente oriunda em partidos, somos todos isentos, independentes e autónomos.

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A publicidade é actualmente um dos principais problemas, tanto em angariar como em receber. Quais são os vossos planos nesta área, a criação de receita?
Tentámos elencar as áreas da receita que serão essenciais e mais fáceis de conseguir. A primeira, a seguir ao Contrato Programa com a Câmara, tem que ser a quotização dos sócios. E defendemos a fórmula mais sócios, menos quota. Aumentando o número de sócios e diminuindo o valor da quota vamos ter mais receita. Podemos fazer isto com a campanha que denominamos “Venham mais 5” e que deve partir de dentro para fora. Temos entre atletas, treinadores, dirigentes e massagistas, cerca de 400 pessoas a colaborar com o clube. Se estas 400 trouxerem cinco novos sócios, falamos de uma entrada de 2.000 sócios novos, a 12 euros por ano estamos a falar de 24.000 euros de receita no primeiro ano.
Fizemos uma análise no terreno e percebemos que há muitos atletas cujos pais não são sócios e com a quota a um euro provavelmente serão, porque assim têm mais voz no clube, e não são porque 3,5 euros pesa, juntando à mensalidade e à quota do filho.
É uma campanha que tem tudo para dar certo. Temos exemplos de associações na cidade que têm muitos mais sócios que o Caldas, porque apostaram em quotas reduzidas.
Para além destes sócios de um euro, queremos manter os actuais com quota de 3,5 euros, dando-lhes benefícios, como entrada gratuita nos jogos. Não se trata de estabelecer sócios de primeira e de segunda, são duas categorias de sócio.
Quanto à publicidade. Quando vamos tentar negociar com um patrocinador institucional ou uma empresa – não é aquele que faz uma lona para ajudar o clube ou a pessoa que lá vai pedir – a primeira coisa que querem saber é quantos associados o clube tem, porque quem patrocina quer saber qual é o retorno que pode ter com potenciais clientes. E com mais sócios ganhamos poder de negociação.
Vamos ter uma pessoa a angariar publicidade, que o clube contratar em regime de prestação de serviço, recebendo à percentagem. O Caldas não tem conseguido rentabilizar os outdoors, o que pode ser feito por uma pessoa profissional. Depois há muita gente que coloca lonas na Mata que estão deterioradas, é preciso fazer o acompanhamento desse serviço.
De qualquer forma os nossos objectivos para a publicidade são manter os contratos actuais e que sejam cumpridos atempadamente. Se conseguirmos juntar patrocinadores novos, melhor.

Têm algumas medidas para aproximar o clube da comunidade?
Isso é fundamental. Criámos um departamento da juventude porque o futuro passa forçosamente pelas novas gerações, para alem dos atletas. O clube tem uma massa associativa envelhecida, porque mesmo os atletas quando saem não se sentem encorajados a continuar como sócios.
Pretendemos ir às escolas, trazer os miúdos das escolas ao Campo da Mata e levar os atletas do Caldas lá. O Caldas tem que se abrir às novas gerações. É por isso que defendemos a evolução e não a continuidade. E a evolução está no Miguel Andrade, na Cátia Vieira, no André Mendonça. O meu papel é fazer a ruptura, porque é algo que me sinto à vontade.
Ao nível dos eventos, queremos estar presentes nos eventos, e temos pessoas com competência para o fazer, mas temos a noção que o Caldas é um clube de futebol e as nossas sinergias têm que estar concentradas no futebol. Queremos manter a nossa participação nos eventos que se justifiquem, criando receita e ligação com a comunidade. Se possível acrescentando outros eventos.

As eleições são a 30 de Maio. É tarde para preparar a próxima época?
Não porque estamos a prepará-la há largos meses. O treinador que definimos para o nosso projecto, o Paulo Pedro, tem um conhecimento profundo do plantel do Caldas e da sua real valia, porque há época e meia que acompanha o clube e chegou a preparar a época passada. É a pessoa indicada para dar início a uma nova época, qualquer outro, para além do actual, não teria tempo para o fazer.

Estão definidos os jogadores que continuam e os que ficam?
Sim. O plantel será constituído por quatro grupos de atletas. O primeiro será constituído por atletas vindos dos juniores, que serão quatro ou cinco. Não serão todos seniores de primeiro ano, um ou dois juniores de segundo ano poderão fazer parte do plantel. O segundo grupo é de atletas que transitam do plantel actual e que estão escolhidos. O terceiro grupo será de atletas com experiência do Campeonato Nacional de Seniores, uns que já passaram pelo Caldas, outros não. E um quarto grupo, de três ou quatro jogadores, que serão as reais mais-valias. Queremos uma equipa com competência para fazer igual ou melhor do que se fez este ano.
A equipa é amadora, mas vai treinar de forma profissional, na metodologia, no número de horas de treino e nos horários de treino. Temos na cidade a equipa de voleibol, que é um exemplo de que o sucesso tem a ver com o tipo de treino e número de horas de treino. Só assim um atleta com potencial pode evoluir.
Pode isto significar que temos que estabelecer protocolos com estabelecimentos de ensino para os atletas que são estudantes, e os que tiverem empregos só podem fazer parte deste projecto se houver flexibilidade nos horários.

Há valores definidos para o orçamento da equipa sénior, ou dependerá do último grupo, dos atletas que serão mais valias?
Defendemos a desorçamentação da equipa sénior em favor do futebol juvenil. O orçamento que está definido é de 6.500 euros mensais, idêntico à da última participação na III Divisão Nacional, ou 15 mil euros a menos que o orçamento desta época.

No vosso programa consta a criação de um protocolo para utilização de jogadores estrangeiros mediante contrapartidas financeiras. Como funcionará esse protocolos?
Será uma parceria feita com contactos com federações, ligas de clubes, ou embaixadas, não com empresários. Jogadores que podem vir para desenvolver o seu potencial e que sejam alternativas no plantel. Por exemplo a federação sul coreana coloca jogadores nos campeonatos europeus, onde sabem que eles podem evoluir e podemos tirar partido da reputação que o treinador português tem lá fora no desenvolvimento de jovens jogadores. Temos contactos, nada desenvolvido ainda, mas temos a ambição de conseguir.

Quando o treinador Paulo Pedro quando veio da primeira vez, iria fazer a ponte com o futebol juvenil. Quais são as propostas para o futebol juvenil?
Se pudermos ter um coordenador de futebol juvenil definido por nós, um profissional com experiência e com currículo académico, será coordenador do futebol juvenil e adjunto do Paulo Pedro. Temos um profissional na equipa sénior, para 25 elementos, um profissional para a relva, uma profissional para os equipamentos, dois profissionais na sede, e no sector onde temos 350 atletas não temos nenhum profissional. E não há que ter medo da palavra profissional, porque se conseguirmos tirar dividendos disso não estamos a gastar, estamos a investir. Se não conseguirmos ter a pessoa cujo perfil identificámos, será o próprio Paulo Pedro a fazê-lo.
Queremos finalmente criar um modelo de jogo transversal a todo o futebol do clube. Já se trabalha bem na formação e os resultados estão à vista. Só que depois quando os jovens sobem a seniores, como a metodologia é outra, é um mundo completamente diferente e isso não pode acontecer, a única coisa que deve ser diferente é a intensidade, não as filosofias e as metodologias.
Queremos aproximar mais a equipa júnior dos seniores que do futebol juvenil e criar condições para tentar lutar mais pelos lugares de subida que pela manutenção, porque se os jogadores disputarem uma divisão mais competitiva terão mais facilidade a integrar as equipas seniores.
Uma das nossas bandeiras é também as equipas B. São por norma o parente pobre do clube, e queremos acabar com isso. Pretendemos criar uma estrutura dos iniciados e uma dos juvenis, que funcionem como uma só, e daí saem duas convocatórias, uma para a equipa A e outra para a equipa B. Um atleta não se pode sentir diminuído por estar numa equipa B.

Os espaços de treino nas Caldas são escassos para o que o Caldas precisa. Qual a solução?
Se não se consegue aumentar as estruturas de treino, temos que nos adaptar às estruturas que temos, tendo equipas com os melhores atletas, com um número de atletas que seja viável treinar e de forma que os horários de treino sejam compatíveis com os escolares.
È difícil tomar estas atitudes, porque se calhar há atletas com perspectivas de continuar no Caldas que terão que sair, mas também não os estamos a mandar para a má vida, há outros clubes a trabalhar com qualidade, para onde os podemos também encaminhar. Temos que nos dar bem com os ‘rivais’, porque podemos trabalhar juntos. Não podemos ser um clube fechado.

Para além do futebol, o clube tem futsal e futebol feminino. Quais as propostas para estas secções?
O Futsal tem que existir sob o lema da sustentabilidade financeira. Nesta época o futsal custou entre 12 a 15 mil euros, e no futuro o clube não tem condições para continuar a gastar estes montantes. Se conseguirmos arranjar um patrocinador que queira inclusivamente associar o seu naming à equipa, poderá ser uma solução. O que não é solução é o que se passa nesta altura. E para termos uma equipa tem que ser competitiva, que lute pela vitória, não vamos ter uma equipa de futsal só para ter.
Em relação ao futebol feminino, o que queremos é que elas sintam que podem ter mais competitividade. Temos um problema, que é ter um vizinho que atrai as melhores atletas. Por isso passa por melhorar as estruturas técnicas e humanas à volta da equipa para que consiga ganhar mais jogos.

O vosso programa prevê mudanças no departamento médico, em que consistem?
Queremos contratar em regime de avença um médico da área da medicina desportiva que acompanhe os nossos atletas e estabelecer um protocolo com uma clínica de fisioterapia para recuperação de lesões. O que se assiste hoje é que os colaboradores do departamento médico só fazem tratamento continuado. Encaminhando os lesionados para a clínica, já se liberta os nossos colaboradores para o acompanhamento directo das equipas nos treinos, que, salvo situações pontuais, deixou de ser feito com a saída do senhor Adelino. E isso não pode acontecer. Esta é uma área muito sensível, quem pratica desporto não se pode sentir desprotegido do ponto de vista clínico. Não podemos querer gastar dinheiro na contratação de jogadores e poupar no básico.

Não há sede própria e é um problema antigo do Caldas. Que ideia têm para a sede?
De momento, manter a actual. Se houver alguma oportunidade de encontrarmos um espaço mais digno e de onde possamos tirar rendimentos, não enjeitaremos, mas para já temos que nos cingir ao que existe de concreto.

Neste mandato o clube atinge o centenário. Têm propostas para os festejos?
Ganhando ou não as eleições, achamos que a pessoa que indicámos devia sempre fazer parte da futura Comissão do Centenário. O senhor José Augusto é uma referência do clube, é uma memória viva do clube e é uma pessoa consensual. No que diz respeito às actividades em concreto, não deve haver a euforia de fazer muito. Defendemos três eventos: o lançamento de uma fotobiografia do clube, que tem um enorme espólio fotográfico, algum próprio, outro de sócios. Outra actividade seria uma Gala do Centenário, que fizesse a diferença e marcar a data dos 100 anos. Por último criar um espaço de uma loja museu onde pudéssemos expor o espólio do clube, que tem mais de 500 troféus.

Quer deixar algum apelo aos sócios?
Que não transformem a assembleia num concurso de simpatia ou de popularidade. Vão, ouçam as propostas das listas, vejam a capacidade das pessoas para as pôr em prática e depois decidam em consciência e de acordo com o que é melhor para o clube e não para elas próprias.

Lista B – Caldas SC a Caminho do Centenário

Direcção
Presidente: Miguel Silva
Adjunto do presidente: Miguel Andrade
Vice-presidente – Área Financeira: Ana Cristina Timóteo
Vice-presidente – Futebol de Formação de 11: Paulo Renato Castro
Vice-presidente – Futebol de Formação de 7: Luís Moreira
Vice-presidente – Instalações e Equipamentos Sociais: José Luís Carvalho
Vice-presidente – Área Administrativa: Mário Silvério

Departamentos
Futebol Sénior: António Ramiro
Futebol de Formação (Juniores: António Timóteo
Juventude e Marketing: André Mendonça
Contencioso: Cátia Vieira
Organização de Eventos: Ana Ferreira
Comissão do Centenário: José Augusto Sousa e Silva

Mesa da Assembleia-geral
Presidente: Francisco Coutinho
Vice-presidente: Nuno Ribeiro
Secretário: Carlos Sena
Suplente: Miguel Félix

Veja a entrevista com a lista A aqui: staging.gazetadascaldas.pt/40748/lista-a-100-anos-com-futuro-continuidade-rigor-e-ambicao/

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